quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Brasil: Reformismo e sonhos de futuro * Jair de Souza/Rebelião

Brasil: Reformismo e sonhos de futuro
Jair de Souza/Rebelião

Nos tempos atuais, as forças que se consideram de esquerda enfrentam grandes dificuldades existenciais. Uma das principais está relacionada com a formulação de um programa político que oriente a sua luta pela construção da desejada nova sociedade.

Devido à forte influência europeia a que ainda estão sujeitos os povos da periferia do capitalismo, as linhas de ação política características do campo majoritário de esquerda naquele continente acabam também por exercer forte influência no Brasil e na maioria dos países do chamado Sul Global. Por isso, aqui no nosso país, o modelo que tem predominado é o levado a cabo por partidos ligados à orientação hegemonizada pela social-democracia europeia há pelo menos um século.

Na Europa, um dos pontos mais relevantes no comportamento prático e teórico desta corrente política que emergiu dos movimentos operários tem sido o seu abandono absoluto de quaisquer outras formas de disputa pelo poder fora do quadro da democracia liberal burguesa. E quando dizemos luta pelo poder, na verdade, estamos exagerando, pois seria muito mais realista falar apenas de uma tentativa de chegar ao comando do governo, já que as verdadeiras estruturas de poder não estão ameaçadas.

Assim, tendo como prioridade que o caminho a seguir se limite exclusivamente ao voto dentro do sistema do capitalismo liberal, os partidos sociais-democratas europeus assumiram como a sua tarefa mais relevante a tarefa de tomar consciência do estado de espírito, das ansiedades e os desejos que permeiam os potenciais eleitores das massas populares e, a partir das medições obtidas, procuram cativá-los com propostas que satisfaçam as suas aspirações do momento.

Assim, em vez de ter como objectivo central a educação e organização do povo com vista à transformação das estruturas que sustentam o actual sistema capitalista, o objectivo principal passou a ser dedicar-se a encontrar formas de torná-lo mais tolerável para a maioria dos cidadãos. a população. Ou seja, a proposta não é mais substituir o sistema capitalista por outro de natureza diferente, mas simplesmente adaptá-lo para que funcione sem grandes atritos.

Como resultado da dependência ideológica que grande parte da esquerda brasileira tem desta social-democracia europeia, a situação no Brasil não difere muito daquela que prevalece nos países da Europa Ocidental. Para avaliar se faz sentido o que acabamos de mencionar, é conveniente que analisemos a evolução teórica e prática do grupo esquerdista numericamente mais expressivo em nosso país, ou seja, o PT.

Como sabemos, o PT nasceu de uma confluência de militantes políticos de vários ramos socialistas que se opunham à linha de moderação que caracterizava certos grupos de esquerda da época, como, por exemplo, o PCB, e sindicalistas combativos dispostos a lutar pela conquista. de direitos para a maioria trabalhadora, que era explorada ao extremo com base na política totalmente favorável às classes dominantes imposta pelo regime militar que usurpou o governo da nação em 1964.

Assim, em sua fase inicial, o PT caracterizou-se como uma organização política decidida a substituir o sistema capitalista por um socialista, ou seja, surgiu e cresceu entre a nossa população como uma entidade claramente antissistema e apoiadora do socialismo. Foi com essa imagem que o PT se formou e se expandiu, conquistando os corações e as mentes de uma parcela muito significativa da nossa população, principalmente daqueles que sonhavam em transformar a nossa sociedade para erradicar dela o capitalismo.

No entanto, desde a chegada de Lula ao governo em 2003, as suas perspectivas de realizar mudanças estruturais na sociedade foram abandonadas. É verdade que muito tem sido feito para melhorar as condições de vida da maioria popular. Mas, por outro lado, desde então, o ideal de substituição do atual sistema capitalista pelo socialismo nunca, ou quase nunca, voltou a ser destacado, nem por Lula nem pelos seus mais próximos colaboradores do governo.

No que diz respeito à solidariedade com os povos que enfrentam o imperialismo, a posição atual de Lula e de vários dos seus ministros parece ainda mais afastada dos propósitos iniciais característicos do PT. Tanto é verdade que o seu actual governo confrontou obstinadamente os governantes dos países latino-americanos que mais sofrem e resistem à agressão do imperialismo norte-americano. Entre eles estão Venezuela e Nicarágua.

Nossa diplomacia agora parece estar muito mais sintonizada com as diretrizes de Biden, Kamala Harris e do Partido Democrata Americano do que com os velhos sonhos de uma América Latina popular, livre e soberana que eram defendidos por Fidel Castro, Che Guevara e Hugo Chávez.

Não há dúvida de que é muito mais fácil falar da luta pelo socialismo do que empreendê-la na prática. As circunstâncias que prevalecem no atual terceiro governo de Lula ainda são muito mais precárias do que aquelas que existiram durante os seus governos anteriores. O nível do seu apoio parlamentar é hoje muito menos sólido do que era.

Contudo, não se trata de apegar-se ao lema “tudo ou nada”. Sabemos bem que na vida concreta das massas trabalhadoras tão impiedosamente exploradas, mesmo uma conquista que nos parece pequena pode, de facto, significar muito.

O maior desafio é saber conciliar as batalhas pelas pequenas e efetivas conquistas diárias com a luta pelo mundo que sonhamos alcançar. E a tristeza nos atinge quando percebemos que, para muitos, esse sonho não existe mais.

E quando a esquerda deixa de sonhar com a construção de uma nova sociedade baseada na igualdade, podemos dizer que é o sonho dos capitalistas que se materializou.

Concluindo, a questão não é definir se estamos ou não em condições de construir o socialismo neste momento. O que me parece preocupante é o abandono desta perspectiva. E é isso que o comportamento de Lula e de vários nomes importantes ligados ao PT parece nos indicar há algum tempo.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Declaração Antifascista de Caracas por um Novo Mundo * Internacional Antifascista e Antiimperialista/Venezuela

Declaração Antifascista de Caracas por um Novo Mundo
Internacional Antifascista e Antiimperialista

Hoje, 28 de novembro, 1.100 delegados de 76 países celebram em Caracas o Encontro Mundial da Equipe Promotora da Internacional Antifascista, com o objetivo de lançar as bases sólidas que permitirão a criação de uma poderosa estrutura orgânica global que derrote e extinga definitivamente o Fascismo, Neofascismo, Sionismo e expressões similares.

A Internacional Antifascista inspira-se nos princípios do internacionalismo revolucionário para articular a luta de todos os povos do Sul Mundial para preservar a vida, salvar a espécie humana e o planeta do fascismo, do neofascismo, do sionismo e de expressões semelhantes. Consideramos que o ressurgimento destas aberrações históricas constitui a maior ameaça que o mundo enfrenta hoje. Precisamos de chegar a acordo sobre ações solidárias e vinculativas que penalizem práticas de instigação ao ódio, ao fanatismo extremista, à xenofobia, à misoginia, à aporofobia (aversão ao pobre), ao revanchismo, à violência, à morte e a todas as formas de aniquilação das diferenças perseguidas pelo fascismo.

Expressamos a nossa maior vontade e entusiasmo em criar novas formas de comunidade, promovendo ações de resistência que nos permitam configurar um grande bloco histórico para converter o destino em consciência. Por esta razão, reunimo-nos hoje aqui para batizar Caracas como o epicentro radiante da luta global contra o fascismo. Para este fim, os povos livres e os defensores de um novo mundo constituem uma Equipa Promotora da Internacional Antifascista.

Por isso hoje, 28 de novembro de 2024, desde Caracas Venezuela, terra de Simón Bolívar e Hugo Chávez corajosamente dirigida pelo Presidente Nicolás Maduro, depois de um intenso e proveitoso caminho trilhado juntos, encerramos este Encontro decididos a apresentar ao mundo a Declaração Antifascista de Caracas. Uma declaração que ambiciona ultrapassar a fase dos diagnósticos sobre o fascismo, o neofascismo e expressões similares para avançar no combate ativo e coletivo a este perigoso expansionismo. Neste sentido, a sessão plenária composta por mil e duzentos delegados de 76 países, PROCLAMA:

1. O nosso compromisso com a democracia popular, participativa e dirigente dos povos, como eixo fundamental para a promoção da Paz Mundial, a resolução pacífica dos conflitos e a defesa da soberania dos povos.

2. Exigimos a cessação imediata de todas as formas de violência e crimes de agressão contra os povos vítimas do sionismo, incluindo a ocupação ilegal dos seus territórios, as práticas neocolonialistas e a violação do direito à autodeterminação. Instamos todos os povos do mundo a agir para acabar com este genocídio e apoiar as aspirações legítimas das pessoas à soberania, liberdade e justiça. Por todas estas razões, defendemos o reconhecimento internacional pleno e imediato do Estado da Palestina e da soberania do Líbano.

3. Apoiar uma solução pacífica para o conflito de guerra instigado pela máquina expansionista e bélica da OTAN na Ucrânia, contra a Federação Russa. Instamos todas as forças humanistas e progressistas do mundo a unirem todos os esforços para preservar a segurança estratégica de todas as nações e evitar uma conflagração nuclear.

4. O resgate das experiências históricas de luta de todos os povos do mundo contra o fascismo e as democracias liberais burguesas. Especialmente, reivindicamos a epopeia de todos os povos da antiga União Soviética na vitória sobre o nazi-fascismo, que defendeu a liberdade e a cultura da humanidade contra a barbárie nazi.

5. Condenamos todas as formas de guerra e intervenções impostas pelas potências imperialistas, que procuram desestabilizar e subjugar os povos do mundo.

6. A nossa rejeição do imperialismo como promotor estrutural do fascismo através da constante sementeira do medo e do terror nas esferas económica, política, militar, tecnológica, cultural e social. O imperialismo pretende garantir a sua hegemonia, a exploração dos povos e a pilhagem dos recursos naturais e estratégicos do planeta.

7. A defesa da educação e a construção de um NOVO MUNDO, mais sensível e humano, pluripolar e multicêntrico é semeada e colhida com a educação como práxis de transformação social, ligando assim a universidade ao nosso povo.

8. Estabelecer um grupo de reflexão que aprofunde a investigação, o estudo e a formação para descodificar as múltiplas mutações do fascismo e neutralizar as suas diversas estratégias e táticas.

9. Reunir um movimento de tecnólogos informáticos e de sistemas que nos permita desafiar os algoritmos e as redes de comunicação controladas pelos poderes econômicos.

10. A Internacional Antifascista está convencida de que devemos fazer uso de estratégias de comunicação híbridas que incluam tecnologias emergentes, mas também tecnologias tradicionais, incluindo banners, murais e folhetos. Devemos olhar-nos cara a cara para discutir e gerar processos revolucionários, promovendo a humanidade em todas as nossas comunidades.

11. Assumimos o novo e mutante ecossistema das redes ideológicas digitais (erroneamente denominadas redes sociais) como um desafio epistêmico e, ao mesmo tempo, prático. Embora os seus conteúdos sejam mercadorias ideológicas ao serviço da reprodução social metabólica do sistema capitalista, é também claro que podem facilitar a criação de redes para debater, pesquisar e atualizar as nossas políticas de defesa cognitiva. Portanto, precisamos de promover uma utilização crítica, ativa, eficaz e responsável das tecnologias emergentes, promovendo iniciativas para combater a desinformação e a falta de comunicação que produzem as atrocidades da guerra cognitiva e das campanhas de ódio contra o nosso povo. Neste sentido, declaramo-nos em luta permanente contra os centros hegemónicos que promovem o fascismo a partir de plataformas tecnológicas e corporações transnacionais de comunicação e redes digitais.

12. Devemos retomar com muita força a defesa dos direitos humanos. Expressamos a nossa condenação de todas as formas de violação dos direitos humanos perpetradas pelo

13. Implementar políticas e ações de solidariedade com a Palestina, Saharaui, Cuba, Nicarágua e Venezuela, e contra ações unilaterais.

14. A nossa unidade deve ser nacional, regional e global. A luta deve encontrar-nos organizados, lado a lado, numa ampla diversidade que inclua as lutas dos trabalhadores em países que enfrentam o fascismo e as políticas genocidas neoliberais.

15. A Internacional Antifascista, bem como a recente proposta do Festival da Juventude a realizar-se nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2025, não só a adere como também apela à realização do Grande Festival dos Festivais dos Movimentos pela Humanidade do Internacional Antifascista com a assistência e participação de todos os capítulos setoriais e regionais, cujas conclusões são apresentadas na Grande Plenária da Internacional Antifascista como o mais alto órgão de decisão política da Internacional.

16. Estabelecer o Observatório Mundial contra o fascismo, o neofascismo, o neocolonialismo e outras formas de opressão, um organismo internacional dedicado a monitorizar, investigar e denunciar as agressões imperialistas e fascistas, apoiando os países vítimas destas formas de violência e fortalecendo a cooperação entre diferentes parlamentos, a fim de defender a soberania do povo.


17. Criar a Secretaria Executiva do Movimento Internacional Antifascista, com sede em Caracas, como órgão encarregado de coordenar os aspectos organizacionais, comunicacionais e ideológicos da organização, garantindo o monitoramento e a articulação eficaz da ação política.

18. Convocar uma reunião de intelectuais e acadêmicos em janeiro para formalizar a criação de um think tank, denominado: Fórum de Caracas, destinado à reflexão estratégica e à geração de propostas para a luta antifascista.

19. Criar uma rede de juristas vinculados à Internacional Antifascista, destinada a dar suporte jurídico às ações promovidas pela organização.

20. Comprometemo-nos a fundar equipas de trabalho da Internacional Antifascista nos 76 países participantes neste Encontro Mundial, como plataforma orgânica para garantir a vitória na batalha definitiva contra o fascismo, o neofascismo, o sionismo e expressões similares.

A base do nosso trabalho unificado deve ser a Declaração Antifascista de Caracas para um Novo Mundo.

HUMANIDADE OU FASCISMO!

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

GREVE GERAL EM GUAYAQUIL * Consulado dos EUA em Guayaquil/Equador

GREVE GERAL EM GUAYAQUIL
15 DE NOBIEMBRE DE 1922
MASSACRE DE GUAYAQUIL


Este 15 de noviembre último se conmemoró un aniversario más de lo que a juicio del Cónsul de los estados unidos en Guayaquil, se trató de un levantamiento Bolchevique, tal cual lo relata en su informe a su gobierno, fechado unos días después de los infaustos sucesos ocurridos en Guayaquil.

Como preámbulo a la huelga del 15 de noviembre de 1922, es decir un mes antes, los trabaja-dores del Ferrocarril de Durán, declararon el 20 de octubre de 1922, una huelga, exigiendo a la a la empresa de Ferrocarriles, un pliego de peticiones en el que se exigía aumento de salarios, así como na serie de mejorar laborales para los trabajadores ferroviarios.

Esta huelga que comenzó como un reclamo de los trabajadores del ferrocarril de Durán, pronto escaló, y se sumaron las estaciones de Huigra, Alausí, Riobamba, Quito, obligando al Gobierno de José Luís Tamayo, ex empleado del Banco Comercial y Agrícola, quienes preocupados por las dimensiones que escaló el conflicto, presionaron a la compañía de ferrocarriles, para que acepte los pedidos de los trabajadores.

Esta fue la primera huelga nacional victoriosa, que sirvió como ejemplo para los trabajadores de las compañías de Luz Fuerza Eléctrica y Gas, así como la de los Transportes Urbanos, el día 8 de noviembre de 1922, por la mañana, comunicaron a los gerentes de estas empresas, un pliego de peticiones, que indicaron debería ser resuelto en 24 horas a raíz de la fecha presentación de las demandas.

Las principales demandas contaban de aumento de salarios reducción de jornadas a 8 horas, pago de sobretiempos, que las suspensiones a los trabajadores no duren más de cinco días, restitución de los compañeros despedidos por estas suspensiones, que no se les descuente de sus salarios el pago de los respuestas o arreglos de los transportes y maquinarias, que la empresa defienda gratuitamente a los trabajadores en caso de accidentes, atención de salud a los trabajadores, etc.

Ante la falta de respuestas de la patronal, los trabajadores, en Asamblea deciden la convocatoria a una huelga general, para lograr se cumplan las peticiones.

El día 10 de noviembre de 1922, varias organizaciones sindicales se suman a la huelga, adoptando como suyos los pliegos de peticiones de los trabajadores eléctricos y de la transportación urbana, entre las organizaciones obreras que se suman, encontramos las siguientes: Fabricas de trabajadores, pilladoras, aserríos, astilleros del sur de la ciudad, entre las que se encuentran San Francisco, Santa Rosa, La Fama, Molino Nacional, El Progreso, La Roma, El Arsenal, Trabadores del Muelle, La Universal, Jabonería Nacional, Casa Americana, La María, La Iberia, San Luís, los que organizaron una gran marcha de varias cuadras, que desembocó el La Plaza Roca-fuerte.

El mitin estuvo marcado por discursos de los trabajadores, sobre las malas condiciones de los trabajadores, debido a la crisis financiera internacional que había afectado los precios del ca-cao, la caída de la producción, la pérdida del valor adquisitivo del sucre frente al dólar, el incremento del costo de la vida, desempleo y precarización laboral.

La huelga se fortalecía con la sumatoria de nuevas organizaciones, como la Sociedad de cacao-teros Tomas Briones, La Sociedad de Tipógrafos del Guayas, la Asociación de Empleados de Comercio de Guayaquil, La Unión de Estibadores, la Asociación 30 de Julio, los gremios de trabajadores de la Cervecería Nacional, los Trabajadores de la Junta Proveedora de Agua Potable los Trabajadores de Aseo de Calles.

Para el día 11, se sumaron a la huelga los trabajadores de la Fábrica de Aceite, los Desmonta-dores de Algodón, Curtiembre La Palma, Rhode y CIA; la Mercedes, La Germanía, La Victoria, Trabajadores de Villa Pilar, y de la Italia.

Hasta el día 15, que tiene lugar la matanza, se realizan continuas asambleas populares, a los que se suman día sectores populares no organizados, pobladores de los barrios de la ciudad, que organizan una gran marcha que recorre las calles céntricas de la ciudad.

Esta marcha pacífica y multitudinaria, se desplaza por la avenida 9 de octubre, sin embargo, a la altura de la calle Boyacá, son dispersadas por fuego a discreción que disparan acostados desde el suelo, en los bajos del edifico de la II Zona Militar, así como desde las ventanas aledañas a este edifico.

Según el oficial al mando del Batallón Cazadores de Los Ríos, a cargo del control y represión de las movilizaciones, el fuego realizado por los soldados de su batallón, solo pretendía dispersar la movilización, los muertos ocasionados en este primer enfrentamiento, caldearían los ánimos de los trabajadores, quienes deciden repeler la agresión armada de los milita-res, e inician el asalto de tiendas vendedoras de armas, las que son usadas para la defensa del movimiento.

El saldo fue centenares de muertos y heridos, en este enfrentamiento desigual entre militares y trabajadores.

Sin embargo, la comunicación enviada por u gobierno por el Cónsul General en Guayaquil, W F Goding, misma que relata los infaustos sucesos de manera descarnada, lo que señala la permanente intervención y espionaje de los Estados Unidos en Ecuador.

CONSULADO DE LOS ESTADOS UNIDOS DE NORTEAMERICA

Guayaquil-Ecuador-25 de noviembre de 1922
Asunto Levantamiento de Guayaquil
Honorable secretario de Estado
Washington.

Señor; Tengo el honor de informarle sobre el reciente levantamiento de Guayaquil.

Sin lugar a dudas el peor levantamiento socialista ha tenido lugar recientemente en el Ecuador, Comenzó con la huelga de trabajadores del Ferrocarril de Guayaquil y Quito, lo cual fue informado al Departamento de Estado, el mes pasado. Esta huelga fue el preludio de lo que3 sucedió después y originada aparentemente para este propósito.

Pocos días después de que se llegó a un convenio entre la compañía del ferrocarril y los huelguistas, los trabajadores de loa compañía de fuerza y Luz Eléctrica y tranvías de la compañía de Carros Urbanos de Guayaquil, sin preaviso, presentaron sus demandas, las cuales fueron las siguientes:

DEMANADA DE LOS TRABAJADORES DE LOS CARROS URBANOS (LÌNEA DE CARROS DE MULA)

El trabajo corrido debe ser en jornadas de 12 horas y 6 horas alternadas-Pago de sobretiempo-Eliminación de suspensiones- El salario de cobradores y conductores debe ser de 4 sucres por día-Pase libre para los trabajadores-La compañía suministrará a los trabajadores uniformes e impermeables-El despido de empleados y jefes de compra mencionados-Los conductores utilizados para los funerales deben ser pagados a 1 sucre 50 por viaje-Aumento del salario del 40 al 60%- El salario del brequero debe de ser 3,20 sucres por día-Estricto cumplimiento de la Ley sobre accidentes de trabajo- y otras peticiones de menos importancia.

DEMANADA DE LOS TRABAJADORES DE LAS COMPAÑIAS LUZ ELÉCTRICA Y TRANVÍAS.

Aumento de salarios del 20 al 50 %-suministro de trabajadores adicionales por cuanto el número actual es insuficiente para la cantidad de trabajo requerido- Aplicación de la Ley de 8 horas de trabajo- Abolición del número de viajes exigidos- Defensa gratuita de los empleados en caso de accidentes o prisión- Pago de sobretiempos- Que las suspensiones no excedan 5 días de trabajo- Los trabajadores deben de ser pagados por días de trabajo y no por el número de horas de trabajadas.

DEMANDA DEE LOS TRABAJADORES DE LOS CARROS URBANOS (LINEA DE CARROS DE MULA)

Estas demandas fueron presentadas a las 9 de la mañana del día 8 de noviembre de 1922, para ser aceptadas o rechazadas en 24 horas. Ellas no fueron aceptadas y la huelga comenzó. Esta fue apoyada por “huelgas de solidaridad” de las otras organizaciones laborales una tras otra hasta que el 12 de noviembre una huelga general fue declarada.

Los empleados de la Cervecería y de la fábrica de zapatos no se unieron a la huelga en primera instancia, pero se han hecho manifestaciones sobre estas partes de los huelguistas, con lo que se vieron obligados a abandonar el trabajo, sin embargo, a la cervecería le fue permitido continuar con haciendo hielo para los hospitales y enfermos.

La ciudad quedó a oscuras por cuanto no fue producida la luz eléctrica ni la de gas. Todos los comercios cerraron lo que causó muchas pérdidas y muchos no lograron asegurar antes sus alimentos.

Las autoridades miraron con sobriedad este asunto, y muchos batallones de soldados estuvieron listos por si algún acto pudiera ser cometido. El Gobernador, el jefe de La Zona Militar y el jefe de la Policía, tomaron medidas por si otras situaciones pudieran presentarse.

Por algunos días los huelguistas ordenadamente y sin incidente, pero el 15 de noviembre, a eso de las 3 de la tarde, después de muchos discursos sanguinarios por los asesores de los huelguistas, una muchedumbre de bolcheviques recorrió las calles y se apoderaron de unos de los puestos de elecciones, era día de elecciones, donde ellos desarmaron a la policía. Al oír los disturbios los soldados se acercaron en conjunto al lugar donde uno de los dirigentes del motín disparó e hirió a uno de los oficiales. Los soldados dispararon sobre la cabeza del motín y les ordenaron dispersarse; pero entonces el grupo atacó a los soldados que empezaron a disparar y asesinaron a un gran número de personas.

En esos momentos otro grupo del motín empezó a saquear tiendas, especialmente aquellas en donde había armas, municiones y licores.

En un local de negocios frente al Malecón, algunos amotinados, luego de romper las puertas empezaron a saquear; los soldados se apresuraron a ir al lugar y abrieron fuego, matando a 30 o 40 personas en esa tienda, disparando a todos, no permitiendo escapar a nadie. La mayor parte de los cuerpos fueron arrojados al río.

Los huelguistas entraron también a casas privadas e impidieron trabajar a la servidumbre, forzándolas a unirse a la demostración, obligándolas a llevar banderas, banderines, etc., al frente de la manifestación siendo varias de ellas asesinadas.

Estuvieron disparando bajos las ventanas del Consulado y cientos de amotinados estaba circulando alrededor del edificio, pero no lanzaron ningún insulto ni hicieron ninguna demostración hostil de importancia.

Antes del tiroteo la muchedumbre se concentró en una de las plazas (San Francisco) en que se pronunciaron discursos por mucha gente, entre otros uno pronunciado por el Gerente General del Banco del Ecuador, que declaró que todas las dificultades que elos habían tenido acerca del problema del cambio se debía a las instituciones norteamericanas asentadas en el país, ya que ellas obtenían todas las licencias, sin dejar ninguna para los negocios locales.

Yo estoy contento porque el Gerente General del Banco del Ecuador, no sea amigo de los Esta-dos Unidos de Norteamérica; sin embargo, el Sub Gerente es muy amigo nuestro.

Un hombre joven de buena familia dirigió la palabra a la muchedumbre, señalando que todo el problema del país sobre el valor del cambio, se debía al Banco Comercial i Agrícola, por cuanto ellos habían emitido y puesto en circulación 70 millones de sucres en billetes, cuando solo esta-ban facultados para emitir 18 millones. Este joven más tarde fue amenazado con su arresto, pero él desafío a la policía, sosteniendo que su declaración era verdad.

Más tarde cesó la huelga por las demandas de aumentos de salarios, todas las organizaciones se concentraron en el asunto del cambio, lo que parecía ser el punto principal de la contienda.

Fue evidente que desde el comienzo de la huelga del ferrocarril había detrás un movimiento político que dirigía la acción de los huelguistas. Esta fue planeada con la intención de parte de los enemigos de la presente administración, de obtener el control de Guayaquil, e iniciar una revolución con el propósito de derrocar al presidente Tamayo.

El orden fue restablecido dentro de las 24 horas y el presunto líder del movimiento Dr., Enrique Baquerizo Moreno, conjuntamente con dos dirigentes de los huelguistas fueron expulsados del país.

Se estima que los muertos fueron 250, y cerca de un número igual de heridos…

Firma F: W Golding
Fuente; Archivo Nacional de Los Estados Unidos de Norteamérica – Grupo de informes 59.
Traducción: Cecilia Escobar de Jara.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

GEORGES ABDALLAH CONQUISTA A LIBERDADE * Rede de Notícias da Resistência

GEORGES ABDALLAH CONQUISTA A LIBERDADE

Um tribunal francês aprovou a libertação de Georges Abdallah, o prisioneiro político mais antigo da Europa — o internacionalista, comunista e lutador pela libertação.

Ele deve ser solto em 6 de dezembro de 2024, após recentemente atingir 40 anos de prisão. Sua libertação depende de ele deixar a França.

Por quatro décadas, imensa pressão popular foi direcionada às autoridades francesas, americanas e europeias para garantir sua liberdade. No verão passado, Georges apresentou o nono pedido de libertação, já que sua sentença mínima terminou em 1999. Apesar disso, a intervenção americana bloqueou repetidamente sua libertação. Notavelmente, seu oitavo pedido de libertação, que foi aprovado pelo judiciário francês em 2013 , teria resultado em sua libertação, mas foi anulado pela pressão americana, argumentando absurdamente que o homem de 72 anos "pode retornar ao campo de batalha". Foi revelado em 2015 que Hillary Clinton ordenou que o ministro francês de Relações Exteriores Fabius mantivesse Georges preso em 2015. Na verdade, Georges tem direito à libertação desde 1999, mas o estado teme sua capacidade de galvanizar as massas.

Georges, de sua humilde aldeia libanesa de Al-Qoubaiyat, foi inspirado pelas transmissões revolucionárias da FPLP e logo formou e liderou as Facções Revolucionárias Armadas Libanesas (LARF). Quando o inimigo sionista invadiu o Líbano em 1982, ele trabalhou incansavelmente para interromper o fornecimento de armas da Europa para a entidade sionista. Ele foi preso em 1984 sob acusações forjadas — a polícia francesa alegou que armas que nunca estiveram presentes foram encontradas. Em 1987, ele foi condenado pelo suposto assassinato de um oficial do Exército dos EUA e de um funcionário da embaixada sionista em Paris.

Georges não confirmou nem negou as alegações. Para ele, o julgamento foi uma farsa. Sua posição era clara: o estado francês e suas autoridades são cúmplices da ocupação do Líbano e da Palestina. Para ele, os tribunais eram teatrais, uma ferramenta do imperialismo para ofuscar a cumplicidade dos EUA e da França no bombardeio de seu país.

Em suas próprias palavras:
"Sejamos dignos da epopeia das tochas da liberdade, aqueles heróis invencíveis da resistência detidos em prisões sionistas! Naturalmente, as massas populares palestinas e suas vanguardas lutadoras em cativeiro podem contar com sua solidariedade ativa. Que mil iniciativas de solidariedade floresçam em prol da Palestina e de sua gloriosa resistência."
"Glória e eternidade aos mártires! Vitória às massas e aos povos em luta."

"Abaixo o imperialismo e seus agentes, os sionistas e os reacionários árabes!"

Vamos prestar atenção às suas palavras, permanecendo vigilantes e comprometidos com sua visão de justiça e libertação, para Georges e para todos os prisioneiros em prisões reacionárias sionistas, ocidentais e árabes.
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domingo, 10 de novembro de 2024

O neoliberalismo e a destruição da consciência * Hugo Dionísio/Cultura Estratégica

O neoliberalismo e a destruição da consciência

Com a destruição do professor, o Ocidente neoliberal derrota algo mais importante ainda: a consciência de nós próprios!

Muito se tem falado sobre a crise no Ocidente e, em especial, na União Europeia. O discurso tem-se concentrado sobretudo na crise energética, militar, social ou migratória. Contudo, estas crises são resultado de um mal muito mais profundo, representativo, sobretudo, da vitória da ignorância sobre o conhecimento, do indivíduo sobre o colectivo, do económico sobre o social.

Ao contrário do que muitos podem pensar, é nos próprios países ocidentais que a pilhagem neoliberal, operada pelas oligarquias ocidentais, mais se tem intensificado. Podemos mesmo dizer que esta pilhagem aumenta à medida que diminui a dos povos da maioria global.

Mas, para infelicidade dos que aí residem, esta dicotomia vais mais longe: quanto mais alertados estão os povos, da maioria global, para o caráter predatório da oligarquia ocidental, menos conscientes estão, os povos ocidentais, das razões, pelas quais, se agravam como suas condições de vida. Os povos ocidentais estão em contraciclo com os povos da maioria global, em todos os sentidos. À medida que os segundos ganham consciência de si, os primeiros tornam-se cada vez mais inconscientes do seu ser, alienados que estão das suas raízes, culturas, famílias, comunidades…

Vetor fundamental para a produção desta inconsciência, traduzida na incapacidade crítica e analítica crescente, por parte das populações ocidentais, tem sido, precisamente, a área da educação. A manipulação dos sistemas públicos de educação, não apenas constitui uma das características mais repugnantes, por parte dos sistemas que sucumbem ao reacionismo e ao revisionismo histórico e científico, como constitui, também, o motor desse processo reacionário.

Portanto, não foi surpresa, para os mais avisados, que um estudo da EDULOG , um Think Thank da Fundação Belmiro de Azevedo (um dos principais multibilionários portugueses, que pertencem à Forbes 500, já falecido), tenha retirado, entre muitas outras, a seguinte conclusão: “A crise de falta de professores está a tornar-se sistémica em todas as Economias da OCDE”.

Como razões para este drama, entre outras do tipo, o estudo aponta: “a manipulação da imagem e estatuto dos professores; a fraca atractividade dos horários e das condições de trabalho; a falta de perspectivas de progressão e evolução na carreira profissional”.

Este estudo trouxe-me à memória (uma coisa criminosa no Ocidente) que, já em 2002, durante o governo de “sua eminência”, o Dr. Durão Barroso, ex-Primeiro Ministro de Portugal, Ex-Presidente da Comissão Europeia e homem de confiança da Golden Sachs, que se havia intensificado um processo de redução dos treinos dos professores, mascarado sob a forma de “sistema de avaliação”, o qual, à boleia da introdução de um sistema de desempenho da qualidade do acabava a reduzir o progresso e, principalmente, a progressão na carreira dos professores.

Eu perguntei-me porque razão o Professor Doutor David Justino, à data Ministro da Educação, não teve em contacto o que lhe transmitiram os sindicatos dos professores da CGTP-IN (maior central sindical de Portugal). Nomeadamente, alertando para as consequências nefastas que o seu ataque teria para a escola pública, a profissão do professor e para os alunos. Vejam lá o que se teria poupado em estudos e políticas desastrosas.

Fomos ingênuos e acreditaríamos que, à data, David Justino não poderia prever essas coisas, mas uma engenhosidade que não temos, é proporcional à inexistência de espinha dorsal por parte de quem, um dia atacou os professores portugueses e, nos últimos 22 anos, fez um estudo concluindo que as políticas que então defendi estão todas absolutamente erradas.

Os argumentos que hoje são conclusão deste estudo, foram, à base de dados, esgrimidos contra o governo de Durão Barroso e de que fazia parte David Justino. É caricato pensarmos que, hoje, a União Europeia de Úrsula Von Der Leyen convida sindicatos e patrões europeus para celebrar um “Pacto Europeu para o Diálogo Social” , quando, repetidamente, desconsideram todas as propostas e argumentos, empíricos, científicos ou outros, que contrariam os seus planos de guerra, concentração de riqueza e supressão das soberanias, e com elas, das liberdades nacionais.

Como prova a história, o resultado de tão intenso “diálogo social”, entre sindicatos da educação e os governos sucessivos, consistiu na “elevação” do Secretário Geral da FENPROF (Federação Nacional dos Professores), Mário Nogueira, a inimigo público número um, um dos ódios prediletos da oligarquia dominante. De cada vez que alertavam para o facto de que a destruição do estatuto dos professores resultaria numa destruição da escola pública, o exército de comentadores e jornalistas de serviço, acusaram-no de “corporativismo” e de apenas se importar com os professores. Faz lembrar os EUA quando acusam os outros de fazerem, ou quererem fazer, tudo o que eles já fizeram, querem continuar a fazer e querem ser os únicos a poder fazer. O oportunismo excepcionalista constitui uma das expressões mais odiosas do supremacismo neoliberal norte-americano.

Hoje tão preocupada com as “competências”, Ursula Von Der Leyen até se esquece que é parte da organização, que integrou a maldita Troika governativa (FMI, BCE e EU), que se agravou à crise de 2008, afetada em Portugal pela mão de um governo do Partido Socialista (só de nome, sendo um partido liberal social) e continuando a todo o gás, com um governo do Partido Social Democrata (só de nome, é neoliberal puro e duro), coligado com o partido do Centro Democrático Social (só de nome, sendo um partido da oligarquia mais reacionário e nostálgico do fascismo), que prometia “ir além da Troika ”, produzindo uma espécie de choque neoliberal ao modo chileno ou argentino. Tudo isto é com o beneplácito de Durão Barroso, então já Presidente da Comissão Europeia.

Foi neste período que se assistiu a um abrupto desinvestimento nos gastos públicos com a educação. Dizer que este cenário é decalcado do que acontece nos EUA e no Reino Unido, seria redundante. Seria não se perceber que fatores políticos provocaram tal situação e de onde foram importados .

Mas se existe coisa que este estudo, tal como todos os estudos do tipo, nunca fazem, consiste em fazer a ligação entre estes resultados desastrosos, em matéria de política pública, e as teorias econômicas que o ocidente exporta e quer importa, através do FMI , Banco Mundial e BCE, a todo o mundo. Não admira que muitos olhem para o que se passou em Kazan na semana passada, como um evento histórico. Afinal, se existe algo comum a todos esses países, consiste na tentativa de afirmarem a sua soberania económica, política e social, rejeitando o “paraíso” liberal (ou neoliberal) idealizado por Fukuyama.

Pelas razões apontadas, olhar para as conclusões deste estudo é como sofrer um déjà-vu , revivendo numa fração temporal mínima todas as horas, dias e anos de combate político aceso, por parte de todos os que – como eu próprio – se o proposto (e opõem), de forma veemente, ao neoliberalismo, ao consenso de Washington e aos charlatanices que, mascaradas de discurso tecnocrático, alegadamente pragmático e extirpada de cientificidade, mais não visaram fazer que desviar enormes quantidades de recursos – produzidos pelo trabalho – para uma oligarquia dominante , com resultados nefastos para a própria normalidade democrática, hoje ameaçada pelo retorno do fascismo e do nazismo.

Já em 2015, aponta o estudo, um grupo de pesquisador (Padhy et al., 2015) concluiu que a probabilidade de se escolher a profissão “aumenta com a percepção de ser uma carreira agradável, com bom ambiente de trabalho, colegas que colaboram e com quem se estabelecem boas relações profissionais, ter uma garantia de emprego com contratos de longo prazo”.

Acresce ainda que, “mais recentemente, um estudo alargado e desenvolvido em vários países (BCG, 2023) estabelece as características mais valorizadas num emprego: emprego estável, com um bom equilíbrio entre vida pessoal e trabalho; um horário de trabalho fixo e que não se atrai pelos fins de semana; um salário compatível com as habilitações e possibilidade de evolução na carreira; possibilidade de negociar condições adaptadas à situação individual, incluindo adaptação de horários de trabalho, períodos de férias e planos de reforma”.

Perante tais explicações, chegou o momento de sermos jocosos: quem diria que as pessoas, os trabalhadores, querem estabilidade, treinamento adequado, horários fixos e não muito extensos, progressão na carreira e capacidade de negociação, férias e bons planos de reforma? Eu me pergunto sobre quantos estudos são necessários, quantos bilhões de euros terão de ser gastos, quantos pensamentos graças aos bilionários têm de ser fundados, para se chegar a esta conclusão “brilhante”. Seja para os professores ou para todos os trabalhadores, em geral.

Vale a pena questionar onde se enquadram as políticas de desregulamentação do mercado de trabalho, destruição da contratação coletiva, defesa da precariedade trabalhista e da flexibilidade do horário de trabalho. Onde se enquadraram então as propostas de “contenção dos custos laborais” e “promoção da mobilidade laboral”, como encontramos, de forma repetidamente doentia, nos compêndios normativos da UE, da Reserva Federal, do BCE ou do FMI.

Numa era em que o Ocidente, e a Europa em particular, se debate com graves problemas de mão de obra, envelhecimento populacional e inclui uma corrida por recursos humanos, apenas para conter a evolução; numa época em que se desenvolve, instrumentos como a Inteligência Artificial e torna-se possível produzir em maior quantidade, com melhor qualidade, em muito menos tempo e consumindo menos recursos ainda; Nesta época, em que tanto se fala de quarta revolução industrial, automação e digitalização; Poucos, muito poucos, defendem que toda esta inovação, este aumento brutal da produtividade, a que se acumulam os subsídios estatais que faltam aos serviços públicos e o desagravamento fiscal para a oligarquia dominante, todos estes factores resultantes, eles próprios, do trabalho, devam de reproduzir-se na melhoria das condições de vida, de quem deu vida a tais recursos..

Ao invés, as mesmas vozes que calam a conferência de Kazan, que escondem o descalabro do regime de Kiev, que nos contam que a Federação Russa e esse “maléfico” Vladimir Putin, quer conquistar a Europa de toda; as mesmas vozes que calam, consentem e são cúmplices do genocídio palestino; são as vozes mesmas que, apesar de todas as evidências, empíricas e científicas, continuam a considerar que a solução passa por intensificar ainda mais as medidas que tanto falham.

Louve-se, contudo, que o estudo da EDULOG vem, pelo menos, dizer que os governos devem evitar fazer, o que afinal têm feito em toda a linha: “ Baixar (e desregular) a qualificação dos docentes; alargar o horário de trabalho dos professores; aumentar o número de alunos por turma” .

Ao mesmo tempo que, para os professores (poderia ser para qualquer outro profissional) os estudos científicos dizem que não se devem “baixar as qualificações” de acesso, a União Europeia, ansiosamente por captar mão de obra migrante e, ainda mais ansiosamente, por poupar na sua integração e qualificação, adopta, ao invés de uma agenda para as qualificações, para a valorização das profissões ou do trabalho, opta antes por uma “Agenda para as Competências” . Não pense que é desprezível ou se trata de um acaso. O objectivo é bem claro. Uma vez, trata-se de flexibilizar e desregular qualificações e profissões.

Para libertar os sistemas nacionais de qualificações da necessidade de investir em processo de educação e formação mais estruturados, de maior duração, mas com maior amplitude de conhecimentos e competências, resistindo mais tempo à obsolescência e à desactualização e possibilitando um maior leque de escolhas profissionais, a UE vem promover a atomização do sistema de qualificações, com vista a reduzir o investimento com a formação estrutural dos indivíduos, promovendo uma lógica de formação de curta ou curta duração, mas sem o suporte de competências chave essenciais para o desenvolvimento pessoal, social e profissional (alfabetização, numeracia, pensamento crítico, competências digitais…). Uma vez mais, dos EUA importam-se então coisas como “micro-credenciais”, tentando reproduzir no espaço europeu todos os cancros educacionais e formativos que se observam no centro imperial.

Coincidentemente, é o próprio estudo da EDULOG que nos diz que EUA e Reino Unido, não apenas já sofre, com agudeza, o problema da falta de professores, como não fornecer o resolver.

Quando me gravei, nos anos 80 e 90, sobre o papel que os meus professores tiveram na minha vida, nunca me esqueço que os professores eram um pilar fundamental do nosso desenvolvimento individual e social. Era absolutamente impensável, para mim ou um colega meu, falar mal, de forma gratuita, de um professor.

A crise no sistema de educação ocidental é, sobretudo, reflexo de uma crise moral e ética profunda. As ações, mas banais conclusões a que este estudo chegou- este e muitos outros –, pecam por tardias, pecam, sobretudo, por anacronia. A experiência histórica, o conhecimento científico e os instrumentos de análise permitiram em 1989 (ano atrasado do consenso de Washington), como hoje, perceber o quão errados estavam aquelas propostas políticas. Não faltaram avisos, críticas e análises fundamentadas sobre os reais interessados ​​e as falácias montadas para perturbar a realidade e justificar o movimento ilusório. Todas foram e são secundárias, quando não perseguidas e ostracizadas.

No máximo dos máximos faz-se como faz este estudo: nunca se liga às causas e às implicações à vivência política. Fazê-lo, dizem, é “ideologizar”, não o fazer é “pragmatizar”. E assim se justifica e branqueia a candidatura e eleição, mesmo que precária e democraticamente pouco representativa, de todos os que defendem o erro e, mais grave ainda, a sua continuidade e aprofundamento.

Décadas de testes americanos – de escolha múltipla – em que se diz ao aluno o que pensar, ao invés de o fazer pensar por si mesmo, de burocratização e mercantilização do ensino, ataque à escola pública e destruição do estatuto individual e coletivo do professor, foram os veículos usados ​​pelo neoliberalismo para conseguir o que o fascismo fazia com o analfabetismo: convencer o povo de que seus interesses eram, na realidade, os interesses da oligarquia que o oprime.

Para o conseguir, retire-se dos programas de ensino ou desenvolvimento e utilização de um instrumento cognitivo essencial para qualquer ser humano: a análise dialética, ou seja, a capacidade de analisar a realidade em movimento e como parte de um processo histórico. Fazendo-o, pretendo apresentar uma versão histórica unicista e unificadora, a versão liberal. A história tinha sido elaborada e era importante transmitir esse fato, fazendo acreditar que, não apenas era impossível outra realidade, como não era sequer possível. Para tal diabolizaram-se todas as experiências indesejáveis ​​e perigosas para a oligarquia. Hoje, quando se assiste ao fenómeno BRICS, os EUA apresentam-se não como uma espécie de “união das autocracias”. Trata-se de um elogio, um elogio dito pelo medo, o medo de ficar para trás.

Neste mundo neoliberal, para chegar ao topo, o fundamental é saber operar, mas não pensar. Stoltenberg não respondeu à questão de quantas invasões a China tinha praticado nos últimos 40 anos ou de quais bases possui no estrangeiro; o Ministro da Defesa de Portugal, Nuno Melo, não sabia o que queria dizer a sigla NATO , chamando-lhe Tratado do “Atlético” Norte; Von Der Leyen acreditava que a Rússia retiraria semicondutores de máquinas de lavar…).

Num mundo em que o conhecimento é pernicioso e perigoso para a oligarquia dominante, não admira que não existam professores suficientes. Não admira que sua imagem tenha sido degradada e destruída, afastando os jovens dessa profissão.

Não admira que o ocidente seja o mundo do populismo, das fake-news , da pós-verdade, das revoluções coloridas, das eleições eleitorais contestadas, dos golpes de estado judiciais e da alternância sem alternativa. Neste quadro, o professor torna-se um personagem, não apenas redundante, como indesejado. O professor da escola pública, que se organiza e organiza os alunos em turmas, que transmite, pensa e faz pensar, é persona non grata.

Num sistema que promove o individualismo e o narcisismo, em que os heróis são os que enriquecem à custa de contratos públicos bilionários, o professor constitui, ainda e apesar de todas as limitações, um elo social precioso, ainda representativo da nossa conexão social, podendo conferir -lhe coesão e sentido de unidade.

Neste sentido, a destruição da sua imagem, do seu estatuto, é consequência da melhoria e intensificação do processo neoliberal, um sistema que vive precisamente do isolamento, solidão e desconexão social. O professor, enquanto a ligação entre seres de uma comunidade, é triturado por um sistema que sonha nos ver aprendendo sozinhos, ligados a uma tela e apenas comunicando pelo tempo de restrição necessária e sem conexão real, emocional.

Como qualquer fascismo, também o neoliberalismo tem ódio ao grupo, ao nosso ser social e coletivo, à civilização que a existência coletiva importa. “Em 2018, já mais de metade dos países da UE reportavam falta acentuada de professores”. A violência e o sentimento de desagregação social que se assiste no ocidente, tem muito a ver com esta aniquilação do estatuto do professor.

Não é possível viver numa sociedade civilizada, que valorize o conhecimento e a sabedoria, e ao mesmo tempo, promova o neoliberalismo, o imperialismo e a hegemonia. A sua sobrevivência depende da destruição do sistema público de educação e dos seus componentes fundamentais: a turma, o grupo, a escola e o elo que liga tudo isto, o professor.

Torna-se, portanto, imperioso para o neoliberalismo, “matar” a figura do professor, para melhor dominar e chegar ao aluno. Eis o que se esconde por trás da destruição da escola pública! No final, basta apresenta-lo como uma consequência inesperada, promete que se vai mudar, e tudo fica como está. Imóvel “democraticamente”, em manipulação constante até final.

Com a destruição do professor, o Ocidente neoliberal derrota algo mais importante ainda: a consciência de nós próprios!

O individualismo extremo consiste na inconsciência mais absoluta.

domingo, 3 de novembro de 2024

PERSISTE A URGÊNCIA DA INTIFADA GLOBAL * Frente Popular para a Libertação da Palestina/FP

PERSISTE A URGÊNCIA DA INTIFADA GLOBAL
Frente Popular para a Libertação da Palestina/FPLP

A escalada dos massacres sionistas no norte e centro da Faixa de Gaza e no Líbano exige uma revolta global massiva contra a ocupação sionista, o imperialismo norte-americano e os regimes árabes reacionários.

A agressão sionista generalizada contra o novo campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, continua, deixando uma destruição maciça e dezenas de mártires e feridos, enquanto a ocupação comete massacres brutais no norte da Faixa, onde os seus últimos crimes resultaram num terrível massacre que afetou as famílias Shalaiel e Al-Ghandur e custou a vida a 84 mártires, incluindo mais de 50 crianças, face ao colapso total do sistema de saúde, demonstrando a intenção da ocupação de implementar os seus planos de deslocamento e desenraizamento.

Esta escalada contra Gaza e o Líbano faz parte de uma guerra sistemática de extermínio liderada pelo inimigo sionista com o total apoio do imperialismo norte-americano, que se tornou um parceiro directo nestes crimes sem precedentes.

Os regimes árabes reaccionários continuam o seu silêncio vergonhoso, permitindo que o sangue do nosso povo palestiniano e libanês seja derramado sem a menor preocupação ou tomando medidas sérias para pôr fim a estes massacres, o que demonstra a sua total cumplicidade nestes crimes.

À luz da escalada da guerra de genocídio para níveis mais desastrosos e criminosos, a Frente apela mais uma vez aos povos árabes e aos povos livres do mundo para que assumam a liderança e quebrem o silêncio numa revolta global massiva que está a fluir para as ruas e praças, e sitiar as embaixadas da entidade usurpadora e a sede das Nações Unidas, para pressionar para parar esta agressão contra a ocupação sionista e responsabilizar todos aqueles que nelas traíram, conspiraram e participaram. massacres contínuos.

Frente Popular para a Libertação da Palestina/FPLP

domingo, 27 de outubro de 2024

OFENSIVA PALESTINA * Jornal Al-Akhbar

OFENSIVA PALESTINA 
A resistência ordena a evacuação de 25 assentamentos no norte: 100 mortos e feridos entre soldados inimigos.

Dois grandes acontecimentos registados pela resistência ontem, 32 dias após o início da agressão. A primeira foi infligir pesadas perdas aos soldados inimigos, totalizando 100 mortos ou feridos. O inimigo admitiu 12 mortos e mais de 60 feridos; A segunda é emitir um alerta aos residentes de 25 assentamentos no norte da Palestina para evacuá-los porque serão tratados como alvos militares, forçando assim mais de 150.000 colonos a fugir, duplicando o número de pessoas deslocadas que Benjamin Netanyahu originalmente lançou a guerra. sob o pretexto de devolvê-los aos assentamentos adjacentes à fronteira libanesa.

Embora o ritmo dos confrontos tenha diminuído ontem, depois de o inimigo ter reduzido ao mínimo as tentativas de incursão das suas forças, após a exposição a ataques severos nos últimos dias, a resistência continuou a perseguir as suas forças e a atacá-las nos locais onde estavam posicionadas, mobilizadas e reunidos, e em locais e quartéis no norte, o que aumentou o número de baixas entre o exército israelense durante Em 24 horas, foram relatadas mais de 80 vítimas, de acordo com um anúncio do porta-voz do exército, além de relatos da mídia inimiga que 12 soldados foram mortos ontem em “incidentes de segurança difíceis”.

A resistência teve como alvo concentrações de forças inimigas nas proximidades da cidade de Aita, na área de Msherifa em Ras Naqoura, nos assentamentos de Shlomi e Hatzor, e a leste da cidade de Markaba, com intensos lançamentos de mísseis. Também lançou extensos ataques com mísseis contra bases militares no norte, incluindo a base Mishar (o principal quartel-general da inteligência para a região norte em Safed), o quartel Maale Golani, a base Shragha, o quartel Marbad Snir e a base Shragha, em além dos locais fronteiriços de Jal al-Alam e Habushit.

O inimigo continua a destruir o Líbano e a resistência considera os 25 assentamentos como alvos militares legítimos

A resistência lançou mísseis contra os assentamentos de Kiryat Shmona, Mtzova, Gaton, Yesod Hamala e Shaar Yishuv, além de Kryut ao norte da cidade de Haifa, enquanto o Hezbollah publicou um alerta aos residentes de 25 assentamentos e cidades da Galiléia para “ evacuem imediatamente”, observando que “os vossos assentamentos transformaram-se num local de expansão e estabilidade”. Ao fazê-lo, tornaram-se alvos militares legítimos do poder aéreo e de mísseis da Resistência Islâmica.” O Hezbollah anexou o aviso a fotografias aéreas dos assentamentos e a textos escritos em hebraico. O alerta veio pouco depois de o exército de ocupação ter anunciado o alívio de algumas restrições de segurança impostas aos residentes das regiões do norte, incluindo “a abertura de escolas em áreas próximas da fronteira com o Líbano, desde que existam abrigos próximos para se protegerem das bombas”. Entretanto, o jornal Yedioth Ahronoth noticiou: “Os chefes dos colonatos de Nahariya e outros que os rodeiam rejeitam as instruções do Comando da Frente Interna relativamente ao regresso da educação e anunciam que a educação permanecerá remotamente devido à situação de segurança”. Ela acrescentou que ocorreram fortes divergências entre os conselhos de assentamentos do norte e a Frente Interna após a decisão de retomar a educação.

Na série “Operações Khaybar”, os combatentes da resistência lançaram dois ataques aéreos com dois esquadrões de drones de ataque, o primeiro na base aérea de Tel Nof, ao sul de Tel Aviv, e o segundo na base de Naoura, a leste da cidade de Afula”. Os drones atingiram seus alvos com precisão.” A resistência também teve como alvo as concentrações das forças inimigas na base de Ayelet com um lançador de mísseis qualitativo.

O inimigo continuou a lançar ataques intensivos nas aldeias e cidades do sul, Bekaa, Iqlim al-Tuffah, e à noite nos subúrbios. Aviões inimigos também atacaram a passagem de Mutariba, na fronteira norte da cidade de Hermel, na fronteira com a Síria. O exército de ocupação também realizou operações massivas de armadilhas e bombardeios em Deir Saryan e Al-Adisa, no sul, causando tremores no solo, que foram sentidos pelos moradores das cidades vizinhas, como resultado do som de sirenes nos assentamentos do norte. na Palestina ocupada. O Ministério da Saúde libanês anunciou que o número de mortos na agressão subiu para 2.653 mártires e 12.360 feridos.

Do arquivo:  
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sexta-feira, 25 de outubro de 2024

ASSIM GAZA MUDOU O MUNDO * Quds News Network

ASSIM GAZA MUDOU O MUNDO

A operação militar conhecida como Inundação de Al-Aqsa marca uma virada significativa no projeto colonial israelense de décadas, caracterizado por uma série de operações coordenadas e respostas militares.

Um ano após o evento, aqui está o que aconteceu em 7 de outubro de 2023, em detalhes, durante a maior operação de fuga de prisões, que continua a influenciar os projetos coloniais ocidentais na região.
7 de outubro de 2023 – Lançamento da Operação

* No início da manhã, as Brigadas Al-Qassam, a ala militar do Hamas, lançaram uma operação militar em larga escala contra Israel, chamada de “Operação Inundação de Al-Aqsa”. Esta operação foi uma resposta direta aos ataques israelenses em andamento contra palestinos e ao cerco a Gaza.

* A operação envolveu uma combinação de ataques aéreos, navais e terrestres, com combatentes da resistência se infiltrando em vários assentamentos na área de Gaza.

* Muhammad Deif, líder militar das Brigadas Qassam, anunciou a operação, descrevendo-a como o maior ataque a Israel em décadas.

* Os ataques iniciais incluíram o lançamento de mais de 5.000 foguetes visando vários locais no estado de ocupação nos primeiros 20 minutos.
Dia 1 – Ataques terrestres e aéreos

* Os combatentes da resistência violaram a cerca, que foi usada para sitiar a faixa, usando motocicletas, SUVs e a pé, alcançando vários locais militares, incluindo Zikim, Sderot e Kfar Aza. Eles também alvejaram áreas mais distantes com ataques de mísseis em Tel Aviv, Lod, Jerusalém, Ashdod e Be'er Sheva.

* O exército israelense informou que o Hamas iniciou uma operação dupla que incluiu lançamentos de foguetes e infiltração de pessoal armado em terras ocupadas por Israel.

* As Brigadas Al-Qassam compartilharam imagens de soldados israelenses capturados e relataram ter feito pelo menos 35 reféns israelenses.

* Os primeiros relatórios de vítimas indicaram mais de 40 mortes israelenses e cerca de 750 feridos devido à operação surpresa e ao uso da Diretiva Hannibal por Israel, matando soldados e colonos israelenses, além de alguns combatentes da resistência.


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